Negociação com Vitória e Louzada não teve avanço na reunião de hoje (31)
Na reunião de negociação com as similares às urbanas (Vitória e Louzada), nesta terça-feira (31), os empresários voltaram a insistir na imposição de mais uma hora de intervalo aos trabalhadores. Com isso, não houve mais avanço nenhum, pois a direção do Sindirodosul não aceita esta exigência, que causaria prejuízo aos rodoviários dessas empresas.
Elas ofereceram 2% de aumento nos salários, cesta básica e vale alimentação, mas com a condição da aceitação das cinco horas de intervalo. Porém, conforme os cálculos da direção do sindicato, com isso, em vez de aumento os trabalhadores teriam uma perda de cerca de R$ 240,00 no bolso.
As empresas alegam que o pico do movimento ocorre no início e no final da jornada. “Nós não podemos aceitar mais perdas para o trabalhador”, afirmou o presidente Irineu Miritz da Silva. Ele recordou que as empresas tiveram, desde o ano passado, um reajuste de 15% nas tarifas, enquanto os rodoviários estão tendo um reajuste de apenas 6% nos dois anos somados.
Além disso, a inflação deste ano já está sendo cobrada dos passageiros, enquanto a categoria continua sem reajuste (a data-base é 1º de junho).
Estavam presentes pelo Sindirodosul, além do presidente Irineu, os diretores Arlindo Martins, diretor de patrimônio, Waldir Ruwer, tesoureiro, José Brito, diretor social, José Ivori, assessor da direção, e o assessor jurídico, Maurício Vieira da Silva. Este ressaltou que, além da questão financeira, a ampliação do intervalo desorganiza a vida pessoal e familiar dos rodoviários.
Conduta antisindical poderá ser denunciada no MPT
O Sindirodosul também deixou claro o seu protesto contra a atitude da
Vitória coagindo os seus trabalhadores, através de um documento dizendo que aceitam a proposta da empresa que foram pressionados a assinar.
Isto, segundo o assessor jurídico, é inaceitável no decorrer de uma negociação, caracteriza conduta antisindical e poderá ser denunciada ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Vale lembrar que o sindicato já realizou uma consulta com voto secreto, na qual os trabalhadores rejeitaram a proposta das empresas. Com a continuidade do impasse, o assunto deverá ser encaminhado para a mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), com a participação também do Ministério Público do Trabalho (MPT).
A reunião, na manhã desta terça-feira, ocorreu na sede do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Rio Grande do Sul (Setergs), em Porto Alegre.