Em assembleia realizada no final da tarde desta quarta-feira (09), na sede do Sindirodosul, os rodoviários do longo curso rejeitaram por unanimidade a proposta apresentada pela entidade patronal — o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal, Interestadual e Internacional do RS — durante a reunião de negociação ocorrida esta semana.
O presidente do Sindirodosul, Irineu Miritz Silva, informou que o Sindetri ofereceu um reajuste de 5,20% nos salários, na cesta básica e nas diárias de alimentação — percentual equivalente ao índice da inflação (INPC) na data-base, 1º de junho —, sem qualquer aumento real. Nenhum trabalhador votou a favor da proposta.
“A nossa proposta, que apresentamos, foi a aprovada na assembleia anterior: inflação mais 6% de aumento real”, destacou o presidente. “Aqui é a casa do trabalhador, aqui tem democracia, e quem decide são vocês. Nós apenas levamos para a negociação o que a categoria delibera”, completou.
Segundo ele, a discussão com os empresários ficou ainda mais difícil porque, na reunião, a patronal propôs alterar a forma de concessão da cesta básica, que passaria a ser fornecida somente in natura, com base na lista de produtos do Sesi — inclusive para os trabalhadores que hoje recebem o valor correspondente de R$ 325,00 em dinheiro. A assembleia também rejeitou qualquer mudança neste sentido.
Com esse resultado, segue mantida a proposta original do sindicato nas negociações. Caso não haja acordo até o prazo legal, dia 20 de julho, o Sindirodosul entrará com o ajuizamento da convenção coletiva na Justiça do Trabalho, a fim de garantir a data-base e o pagamento retroativo, quando for assinada a nova CCT.
Ao mesmo tempo, está assegurado aos trabalhadores o direito à manutenção da cesta básica, do plano de saúde e das diárias de alimentação. “Todas as outras cláusulas podem ser discutidas, mas esses direitos vocês não perdem”, garantiu Irineu.
A assembleia também aprovou, por votação, a continuidade dos descontos da contribuição assistencial e da contribuição confederativa, independentemente do fechamento da convenção coletiva, com garantia do direito de oposição — conforme previsto no edital publicado no jornal Correio do Povo, em 11 de abril.
A negociação com a entidade patronal seguirá nos próximos dias. Caso haja algum avanço significativo nas propostas, a categoria será novamente convocada em assembleia para deliberar, concluiu o presidente.