PRESIDENTE IRINEU FAZ BALANÇO DO SEU MANDATO

O Presidente do Sindirodosul, Irineu Miritz Silva, que completou quatro anos de gestão no dia 27 de Junho, fala das sua expectativas, projetos, conquistas e faz um breve balanço da sua gestão.

Pergunta – Como o senhor avalia o trabalho da sua gestão? As suas metas foram atingidas?

Irineu Miritz Silva – Estou muito satisfeito com o trabalho de reconstrução do sindicato realizado por essa gestão desde que tomamos posse, em 2016, quando o ex-presidente Moacir Anger foi afastado do cargo por medida liminar da Justiça do Trabalho. Ele ainda recorreu mas perdeu o recurso e, em abril desse ano, a Justiça confirmou a cassação do mandato dele, pela quantidade de provas, no processo, das irregularidades e desvios cometidos por ele, juntamente com os ex-diretores Francisco Espíndola e José Antônio da Silva, o Zé Prefeito, que também foram afastados do sindicato no mesmo processo.

Quando assumimos, encontramos uma entidade sucateada, praticamente falida, com dívidas de cerca de um milhão de reais, mais uma dívida astronômica com o INSS de R$ 3,7 milhões. As contas bancárias do sindicato estavam todas bloqueadas e diversos bens penhorados, mesmo com a grande arrecadação que o sindicato tinha (ainda existia o imposto sindical), um verdadeiro caos.

Felizmente, conseguimos superar a maioria dos  problemas que herdamos, arrumamos a casa, equilibramos as finanças e até uma sede nova nós compramos. Estamos mostrando que com seriedade, honestidade e muito trabalho se consegue muitos avanços. Se não tivessem acontecido tantos desvios nas gestões passadas, há muito tempo essa sede já poderia ter sido adquirida e também teríamos uma nova  pousada.

A bem da verdade, temos recebido muitos elogios dos colegas rodoviários, dizendo que o nosso trabalho está excelente e superando as expectativas.

P – Havia uma campanha aberta contra o senhor, há poucos meses, com panfletos ofensivos, inclusive, onde o autor não se identificava, além de articulações de ex-diretores, da gestão afastada, que estavam formando um “chapão” para tentar voltar ao sindicato. Enquanto isso, o senhor se mostrava muito tranquilo, por quê?

Irineu – Por que a situação é clara, o mandato da atual direção do Sindirodosul se encerra no mês de setembro de 2021, conforme despacho da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Eu confiei na minha direção, nos  funcionários, na palavra da nossa assessoria jurídica, e coloquei o Estatuto debaixo do braço. Parece que os ex-presidentes das gestões  passadas tiveram uma crise de amnésia, pois esqueceram o estatuto da entidade que conhecem muito bem e que ajudaram a elaborar. Assim como aconteceu nos depoimentos deles no processo que responderam pelas irregularidades cometidas no sindicato, onde disseram que não lembravam de nada, mesmo com todas as provas que foram apresentadas.

P – No dia 26 de maio, o órgão responsável pelos registros sindicais reconheceu o seu direito e da sua diretoria a uma gestão integral de cinco anos, mas enquanto isso um candidato a presidente estava em campanha na região carbonífera, qual a sua opinião sobre isso?

Irineu – Isso prova o quanto esses ex-diretores estão fora da realidade, fazendo campanha fora de época e no meio de uma pandemia gravíssima, quando se sabe que o trabalhador rodoviário vive um clima de incerteza em virtude do grave momento vivido pelo setor. Além disso, o estatuto é claro, no artigo 18, quando diz que o mandato do presidente e diretoria é de cinco anos, como reconheceu o Ministério da Economia, o órgão máximo de Brasília para esses assuntos.

É preciso dizer também que o presidente anterior, que teve o mandato cassado, abriu mão da sua estabilidade e da causa que tinha na Justiça do Trabalho contra a Ouro e Prata para poder voltar a trabalhar na empresa e habilitar-se para concorrer novamente. Voltou para a empresa, já em campanha aberta para uma eventual eleição, mas quebrou a cara, vai ter que esperar. Além disso, nós confiamos totalmente que os rodoviários não vão esquecer tudo o que ele e seus comparsas aprontaram quando dirigiram o sindicato, que deixaram em vias de fechar as portas.

P  – Como está sendo dirigir o sindicato em meio a uma pandemia, com tantas demissões nas empresas?

Irineu – É terrível, porque vemos a angústia dos colegas todos os dias frente a isso. Veja como são as coisas, quando a gente consegue tirar do sindicato quem tanto prejudicava a entidade e a categoria, nos deparamos com a pior crise que o país já teve em cerca de 100 anos, uma crise que é mundial. Estamos fazendo tudo o que é possível para amparar a categoria e garantir as condições de sobrevivência deles e suas famílias, especialmente os que perderam emprego ou tiveram contratos suspensos, redução de salários e de jornada.

Estamos negociando com as empresas em cima das alternativas que a CLT e a MP 936 oferecem. São normas que favorecem muito as empresas mas ainda assim garantem alguns meses de estabilidade e de ganhos para os trabalhadores se manterem, enquanto essa pandemia não passa.

P – Qual era a situação quando o senhor assumiu?

Irineu – Já havia uma crise no país e o desemprego era muito grande quando assumimos. Para dificultar mais ainda as coisas, com a reforma trabalhista o sindicato deixou de contar com o imposto sindical, que representava boa parte das nossas receitas. Mesmo assim, renegociando e parcelando dívidas, administrando com responsabilidade o dinheiro arrecadado, as principais contas foram colocadas em dia e o patrimônio da entidade foi preservado e ampliado com esta sede nova, que adquirimos num negócio de ocasião.

P –  Quais seriam as principais realizações de sua gestão, até agora?

Irineu – Fizemos mais em quatro anos, com menos recursos, do que todas as gestões passadas desses ex-diretores juntos. As dívidas foram pagas, com exceção do débito com o INSS, de R$ 3,7 milhões que foi renegociado, ficou em R$ 1,7 milhão e está sendo pago parceladamente. Os terrenos do sindicato em Tramandaí, que nunca tinham sido legalizados, foram escriturados e a área dos lotes, onde vai ser construída uma nova pousada, foi toda cercada.

Mais nenhum bem do sindicato está penhorado e todo o patrimônio do sindicato foi registrado em nome da entidade, finalmente. Além disso, uma nova ambulância foi adquirida para prestar atendimento aos associados e seus dependentes, já que a ambulância que o sindicato tinha simplesmente desapareceu na gestão passada. As nossas prestações de contas foram aprovadas em assembleias e compramos a nova sede, já escriturada, mais ampla e melhor localizada, bem próxima das garagens das principais empresas. Acho que temos razão de nos orgulhar do que já fizemos, mas contamos com o apoio dos rodoviários para fazermos mais ainda.

Aproveito para agradecer a todos que acreditaram em nós e nos apoiaram, depois que assumimos numa situação de emergência. Vamos continuar trabalhando muito, como fizemos até agora, para corresponder a essa confiança. Contem sempre com o apoio do seu sindicato.

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