EMPRESAS DO LONGO CURSO OFERECEM APENAS 4% DE REAJUSTE, EM DUAS PARCELAS
Após cinco reuniões da direção do Sindirodosul com os representantes do Sindetri, a entidade das empresas de longo curso, a negociação da convenção coletiva de trabalho deste ano está num impasse. Os empresários estão oferecendo apenas 4% de reajuste dos salários na data-base, primeiro de junho, índice que não cobre nem a metade da inflação dos 12 meses anteriores (9,22%).
Além disso, querem pagar em duas vezes, a primeira parcela de 2,5% em primeiro de setembro e a segunda de 1,5%, em janeiro próximo, ou seja, não querem fazer o pagamento retroativo à data-base. Para a cesta básica estão oferecendo um pouco mais, aumento de 5%, sem parcelamento, e o auxílio-refeição seria mantido o mesmo, R$ 24,08 o almoço e janta e R$ 12,04 o café.
Mas nos contatos diários que têm com a categoria, nas rodoviárias e nas garagens, o presidente do Sindirodosul, Irineu Miritz, e demais diretores do sindicato estão vendo a rejeição total dos rodoviários do longo curso à proposta patronal. “Não há condições de ser aceita uma proposta dessas, tão baixa e ainda parcelada”, afirma o presidente Irineu.
Inflação disparou no último ano
Depois de todas as perdas acumuladas desde o início do ano passado, quando não teve convenção coletiva nova, apenas a renovação das cláusulas de 2019, a categoria esperava mais das empresas. Afinal, os trabalhadores já fizeram um sacrifício muito grande neste período da pandemia, pois a inflação disparou enquanto os salários permaneceram congelados ou foram até reduzidos, em muitos casos.
Uma nova reunião de negociação do longo curso deve acontecer nos próximos dias, com a expectativa do Sindirodosul de que a patronal apresente uma de 5%, no mínimo, com pagamento retroativo a 1º de junho e com parcelamento no máximo até dezembro. O sindicato espera que as empresas sejam sensíveis ao sacrifício que os trabalhadores já fizeram, apresentando uma proposta melhor e mais aceitável.